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Na documentação conservada no Núcleo Antigo do Arquivo Nacional da Torre do Tombo (Lisboa, Portugal), o conjunto temático dos «Contos de Lisboa / Contos do Reino e Casa» é depositário de uma série de códices manuscritos fundamentais para o estudo das antigas praças portuguesas no Norte de África.

No que respeita àquelas que se situavam na região sul marroquina, relevam-se 25 códices (14 de Azamor, 7 de Safim e 4 de Mazagão), com longas listagens sobre pagamentos (gente de ordenança, trabalhadores das obras, moradias e soldos), livros de receita e despesa de alguns funcionários régios (feitores, vedores das obras, almoxarifes), registos de tributos das cabildas da região e do rendimento da dízima do sável do caneiro real (Azamor). Os dados não cobrem todas as praças portuguesas, nem tão-pouco todos os anos de administração portuguesa. Não deixam, por isso, de ser fontes preciosas, pois nelas, além da informação de carácter predominantemente económico evidenciada nos títulos, é fornecida uma gama variada de dados sobre a população e sociedade, as guarnições militares, os agentes régios, as obras construídas (materiais utilizados e seus obreiros), categorias profissionais de moradores e áreas de influência portuguesa nas aldeias e campos circundantes.

Na presente publicação em linha, editam-se os seguintes códices:
- NA 611, Livro dos pagamentos feitos aos soldados que serviram na cidade de Azamor, ano de 1512.
- NA 628, Receita e despesa de Pedro Álvares Faria, feitor e recebedor dos mantimentos de Azamor, ano de 1541.
- NA 751, Receita, despesa e contratos do vedor das obras António Fernandes, Azamor, anos de 1517-1518.
- NA 765, Pagamentos à gente da ordenança e aos trabalhadores das obras da cidade e castelo, Azamor, anos de 1514-1516.
- NA 770, Pagamentos aos trabalhadores das obras, ano de 1528.
- NA 869, Livro dos tributos reais com que os mouros e alarves da cidade de Almedina, toda a Duquela, e a terra da Xiatima com os seus castelos contribuíram aos reis deste reino, os quais começaram a pagar nos anos de  1510-1512.

Cada códice agora editado é precedido de breve descrição material do mesmo, seguindo-se a transcrição do manuscrito, na qual se utilizaram os seguintes critérios:

  • As abreviaturas foram desenvolvidas, indicando nalguns documentos as letras abreviadas em itálico e noutros documentos sublinhadas.
  • Tanto quanto possível, desenvolveram-se as abreviaturas das palavras tendo em conta como o escrivão as escreveu por extenso.
  • As palavras unidas foram separadas sem uso de sinais.
  • As minúsculas e maiúsculas foram mantidas como no original.
  • As letras “u”, “v”, “i” e “j” foram conservadas conforme o original.
  • Os numerais “romanos”, foram conservados nas suas formas.
  • Foi colocado entre parêntesis rectos, o que foi interpretado, havendo dúvidas, ou acrescentado ao texto original. Por exemplo: reconstituições, a sinalização de dúvidas através de - [?]; erros - [sic]; lacunas e rasuras - […], no caso de algumas rasuras com possibilidade de leitura as palavras estão entre esses parênteses.
  • As passagens de linha do texto foram assinaladas por uma barra obliqua - /.
  • Os à margem foram mantidos como tal, tentando faze-los coincidir com a relação que tinham com o texto no original.
 
Projecto: Portugal e o Sul de Marrocos: contactos e confrontos, séculos XV-XVIII (PTDC/HAH/71027/2006)
Centro de História de Além-Mar da FCSH - Universidade Nova de Lisboa e Universidade dos Açores
Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória da Universidade do Minho